Por que eu curto essas princesas?
Bom, para começar a Leia é uma princesa guerreira, que tem uma arma e ataca quem vacilar, além de princesa ela é general e senadora.
Além disso, o papel em esperar ser resgatada está fora desse contexto. Ela é ativa, destemida, luta com autonomia e sentido político (afinal, viver é isso, né meninas e meninos).
E ao invés de responder "eu te amo", em uma das cenas de um dos filmes da saga, quando alguém declara seu amor, ela só responde "eu sei" (o spoiler aqui é que isso é um troco na mesma moeda em uma situação parecida).
Nada contra responder "eu te amo", mas, às vezes, responder com indiferença é essencial para construir nossas relações já tão esteriotipadas. (muahahahaha)
Ps: E só para constar, eu acho a história do biquini dourado sexista sim. (pesquisem o que a Carrie Fisher falou).
A princesa Mia não se acostuma com a ideia de ser uma princesa em era moderna e acaba falando disso em 11 livros, o que é preguiçoso de ler, mas é legal se entender, eu me sinto às vezes invisível pelas várias Lanas (também no sentido de não passar pano para ninguém mal caráter) que aparecem em minha vida e às vezes, muito estressada pela imprensa que quando resolve fuçar o passado que não volta mais e a nostalgia acaba me encontrando e eu fico nessa de ser ou não ser eis a questão.
A rivalidade feminina é sim apresentada (o que eu acho um ponto bem triste em relação aos filmes dos anos 2000), como também, vemos que até nos contos mais modernos boys e girls lixos (nem todo mundo é bonzinho e vive em plena harmonia) surgem no intuito de arruinar a vida da protagonista, que aos poucos vai aprendendo o sentido de descobrir sua força interior (e tudo bem não ser forte todo tempo também).
E Fiona é uma princesa gente como a gente, que também é ogra, mas não importa, ela não é qualquer princesa, ela retrata a realidade, ela vai às aventuras com o marido e leva os filhos. Eu vejo uma divisão de tarefas muito justa.
O que eu achei um absurdo ao pesquisar sobre a Fiona é que nas buscas aparecem a palavra "bonita", para retratar ela antes de virar ogra.
É sério que beleza física ainda é pensado quando querem falar de princesa? Por que ela ogra também não tem beleza?
Outro ponto (agora a se destacar) é que ela abre mão de seus privilégios para ir em busca de felicidade e independência.
Diante disso, mostra que também é possível amar e ser independente (uma coisa não anula a outra) e que o destino da princesa não deve ser somente um final feliz para sempre, mas mostra todas as turbulências que um casamento pode trazer.
E que também as metas só devem ser definidas por nós mesmas.
Ambas as princesas são as mais realistas
possíveis. Com erros e acertos, espero que Leia e Fiona, tenham filmes em que elas ganhem um destaque e protagonismo dignos de princesas Disney e que a Mia Thermopolis, assim que acabar a pandemia, volte para a terceira parte do diário e nos conte tudo o que ocorreu. :)
Agradeço também as outras princesas não mencionadas nesse texto. Cada uma teve sua história, retratou uma época e lutaram de todas as formas possíveis para que pudéssemos ter princesas que lutem ainda mais pela quebra de padrões e esteriótipos. Devemos respeitar os contextos históricos em que elas estão/foram inseridas. Ninguém nasce desconstruído né, Brasil?
XOXO,
MM's.
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