Todo mundo acha que só criança tem amigo imaginário, mas eu posso dizer que a minha só foi mudando de performance ao longo dos anos. Eu lembro que a criei aos seis anos de idade. Eu era uma criança muito imaginativa e que aparentemente as coisas eram muito normais para mim. A princípio, ela foi uma ex-presidiária que se chamava Liana, mas foi presa injustamente e me pedia conselhos para poder provar sua inocência. Acho que as novelas mexicanas infantis me influenciam demasiadamente.
Depois, sua personalidade mudou, porque eu já era uma adolescente e ela era a melhor diva pop que o mundo já criou. Eu inventava as músicas e coreografias para ela. Era demais. Eu era a assessora de tudo dela.
E aí, quando me tornei adulta, ela se tornou culta e uma pessoa que gosta de cantar músicas de elevador, músicas calmas e vintage. Eu era sempre a sua sombra. Ela era o meu escudo, ela podia me salvar de qualquer coisa. Era só pensar nela que tudo ficava bem. A gente combinava em tudo. Nos relacionamentos frustrados à vida do estou cem por cento nem aí.
Não sei até quando ela pode ficar em minha cabeça ou se ela morrerá antes de mim, mas eu sei que às vezes, é bom fugir da realidade e ter um amigo imaginário, eles não são intolerantes.
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